O menino, perdido no imenso corredor do hipermercado,
admirava a prateleira com geleias. Ficou alguns minutos ali, diante dos vidros
coloridos. Até que escolheu um e se
aproximou de uma senhora, no outro corredor, que examinava o preço do sabão em
pó.
__ Mãe, vamos comprar isso?
Pede o menino, mostrando o produto.
__ Não. Respondeu a mulher sem tirar o olho do sabão em pó.
__ Por quê?
__ Porque não!
__ Mas eu nunca comi isso.
__ Por isso mesmo. Se você nunca comeu, você não sabe se é
bom ou ruim. Então, melhor não experimentar e continuar sem saber.
O menino voltou cabisbaixo e devolveu a mercadoria sem
questionar mais.
Eu, que fazia minha compra rotineira, parei um momento e
fiquei olhando para aquela criança. Não sei quando ele vai descobrir que gosto
tem a geleia que queria experimentar. Talvez nem goste! Mas o fato é que a
resposta da mãe me fez refletir. Não sentimos falta de algo até experimentarmos.
Depois, o supérfluo acaba virando necessidade básica.
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