domingo, 20 de fevereiro de 2011

Assaltos em Campo Mourão...

ou o que o medo não faz...

A coisa está mesmo feia na minha city. Li no noticiário sobre mais um assalto no centro da cidade. Agora é assim, virou rotina. A cidade é pequena, mas o número de assaltos é digno de uma metrópole. As vítimas da vez foram dois estudantes. Logo universitários que vivem reclamando que estão sem grana! Os coitados perderam as bicicletas e os bonés, mas imagino que o susto e a raiva é que mais deve ter preocupado esses dois.
Nunca fui assaltada, mas confesso que estou com medo. Antigamente (não tão antigamente assim, porque não sou tão velha) andava sozinha à noite, até mesmo de madrugada e não acontecia o que acontece hoje na minha querida cidade. Lembro que ia para a balada com uma galera, mas no final todo mundo sumia. Não raras vezes, sem carro, sem carona e sem dinheiro para o taxi, voltava para a casa a pé sozinha (quase sempre com o sapato na mão). Triste por estar sozinha, mas não com medo. Hoje nem sonho em fazer isso. Primeiro porque não vou mais a baladas (não tenho mais pique e odeio sertanejo universitário) e depois porque não tenho mais coragem de ficar zumbizando por aí de madrugada.  
Não sou só eu que estou com medo. Esses dias um amigo me contou que estava andando sozinho no calçadão de madrugada (nem ousei perguntar de onde vinha ou para onde estava indo àquelas horas).  A rua estava deserta e escura. Ouviu passos se aproximando dele. Começou a andar mais depressa. Mas a pessoa que lhe seguia também se apressou. Não teve escolha, começou a correr.  O outro também. Sentia que estavam quase lhe alcançando. Podia ouvir a respiração ofegante do seu perseguidor. Virou a esquina. O cara virou também. A cidade continuava silenciosa. A não ser pelos passos de duas pessoas correndo quase no mesmo ritmo. Tentou aumentar a velocidade. Não conseguiu. De repente uma voz sufocada: Ei cara, me espere. Vamos correr juntos. Eu também estou com medo!
Continue Lendo...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Parênteses


Adoro parênteses.  Descobri isso hoje quando estava enviando um email e percebi que meu texto estava cheio deles. Não que não tenha visto isso antes, mas é que o texto de hoje me chamou a atenção porque em cada parágrafo tinha uma expressão entre parênteses (quase sempre no final).
Até fiquei preocupada. Tentei cortar alguns. Lembrei de um cara metido a membro da Academia Mourãoense de Letras (não que isso signifique muita coisa, mas o cara se acha a própria reencarnação do Machado de Assis) que dizia que o uso de parênteses empobrece o texto. Li meu texto várias vezes e não consegui descartar os parênteses. Não achei que meu texto estivesse pobre. Vi até certa riqueza nele. Parecia visualmente mais alegre. Cheio de smiles (no final do parágrafo os parênteses parecem uma caretinha... deformada, mas feliz).
Poderia substituir os parênteses por conectivos, usar paráfrases, orações subordinadas sindéticas explicativas (acho que é esse o nome), mas o texto ficaria cheio de vírgulas. Particularmente não gosto de vírgulas. Até gostava, mas meu irmão me disse que vírgulas deixam o texto longo e cansativo e ninguém mais tem tempo para textos longos (embora eu ache isso um absurdo, já que as pessoas têm tempo para tantas coisas inúteis). Segundo ele (meu irmão Sidney) é melhor substituir vírgulas por pontos sempre que possível.  (fiquei muito frustrada porque fui aprender isso alguns anos depois que terminei o curso de Letras e justo com o meu irmão).
Acho que o uso de parênteses é uma característica dos textos femininos. Como mulher adora se meter em tudo, sempre abrimos um parêntese para fazer um comentário enriquecedor, um desabafo ou só uma fofoquinha básica mesmo.
Continue Lendo...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Corintianos e palmeirenses

Final de domingo. Sempre a mesma coisa. Vizinhos bêbados falando alto. O assunto: futebol. Volto para minha companheira dominical, a Internet. No twitter, adivinha o que está nos trends? O mesmo assunto que os vizinhos debatiam com tanto entusiasmo. Minha timeline está cheia de posts dos meus amigos corintianos fazendo exatamente a mesma coisa que há três dias os palmeirenses (e os santistas, flamenguistas, são-paulinos, tolimenses... ) tinham feito com eles.
Apesar de não entender quase nada de futebol, não consigo não me afetar com esse clima pós- jogo. Amanhã alguns dos meus amigos estarão tristes no trabalho. Coitados! Não sei se é a derrota do seu time que os deixa assim, ou se é ter que aguentar os comentários debochados dos colegas o dia todo.  Aliás, como as pessoas são criativas quando se trata de sacanear! Usam trocadilhos, viram verdadeiros poetas. Exploram a linguagem da forma mais inspiradora que existe. Maneiras e maneiras de dizer a mesma coisa: seu time levou a pior esse final de semana, então fica quieto que é a nossa vez de dar risada.
Não assisto aos jogos. Mas gosto de saber os resultados. Assim posso fazer uma previsão de como será o clima na segunda-feira. Do mesmo  modo que as mulheres têm o humor afetado por uma alteração hormonal a cada 21 dias, o humor dos homens nas segundas-feiras é determinado pelo placar do final de semana.

Continue Lendo...

Pesquisar neste blog