sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sem Internet. E agora?


Manhã de domingo. Antes mesmo de tomar café, lá estava eu, ligando o computador.  Era sempre assim aos domingos. Se me perguntarem o porquê, não sei. Simplesmente me habituei a acordar e ir direto para a Internet. Isolada no meu mundinho, mas não isolada do mundo, numa das tantas contradições modernas. Porém, naquele dia, uma luzinha verde estava apagada e, diante da mensagem “não foi possível conectar-se à Internet”, o meu mundo foi encolhendo, encolhendo e ficou do tamanho da minha casa. E agora? Como passar o domingo? Justo o domingo!
Desliga tudo e liga de novo. Informática tem dessas coisas, sem muita explicação, vai que funciona...Nada. Só me restava ligar para o provedor. Com muita paciência e tempo de sobra, porque todo mundo sabe que conseguir falar com alguém que seja uma pessoa de verdade nessas companhias já é tarefa das mais difíceis, e falar com uma pessoa que consiga resolver o seu problema então é para quem tem muita sorte. Mas, enfim, era necessário. Preparei o espírito, respirei fundo, e rezei para que não fossem tão cruéis comigo e me atendessem em menos de duas horas.
Depois de uns 40 minutos digitando todo tipo de número, finalmente uma voz humana! Pediram para eu reiniciar modem e depois, o computador. Engraçado é que eles pedem para você fazer isso tudo novamente, mesmo que você afirme que já fez.  O atendente até que foi simpático, explicou bem didaticamente: “aperta no botãozinho que tem atrás daquele aparelhinho que a senhora disse que está com uma das luzinhas apagadas, espera uns 30 segundos, aperta de novo e espera acender as luzes...”  Pensei que não precisava ele ser tão detalhista. Mas, lembrei que na informática confusões podem acontecer. Já ouvi cada história de amigos que trabalham com suporte técnico que é melhor não subestimar a ignorância do ser humano. Um dos meus amigos me disse que é preciso ser bem específico, pois nunca se sabe quem está do outro lado da linha. Ele me contou que certa vez estava atendo um cliente e disse “fecha a janela”, como o cliente demorou a falar alguma coisa, ele perguntou se estava tudo bem, o cliente respondeu “sim, está, só levantei para fechar a janela, mas já estou de volta, como o senhor descobriu que estava ventando aqui?”. Agora ele usa a expressão “clica no xizinho que está lá em cima no cantinho da tela do seu computador”.
Depois de inúmeros testes, o atendente me disse que eu teria que aguardar a visita de um técnico. Mas como era domingo, ele só viria na segunda. Fiquei perdidinha. Comecei a planejar o meu domingo sem Internet. Pensei em visitar uns amigos. Ainda tinha alguns que não eram virtuais. Quem sabe visitar os parentes? Aquela tia que vive reclamando que nunca apareço. Pensei até em ir à missa! Ou então podia passar o domingo lendo, ou vendo filmes...Talvez plantar flores, fazer artesanato...
Abri a janela para o mundo real e descobri uma linda manhã de sol. Um belo dia para fazer qualquer coisa que não fosse em frente a uma tela de computador. Fazia tempo que não passava um dia tão agradável! Só voltei a sentir falta da Internet quando me deparei com o abominável e entediante silêncio das noites de domingo. 

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