__ Por que mais um sapato rosa?
Ele foi enfático. Não era mais um sapato. Era mais um sapato rosa. Pensou em responder que aquele tinha ficado perfeito no seu pé, que nao tinha nenhum naquele modelo e que aquela cor não era rosa, era salmão. Mas não disse nada. Não adianta explicar isso aos homens. Eles não entendem a diferença entre rosa e salmão, imagina se vão saber diferençar scarpin, peep toe, chanel, mule... Pensou em dizer também que aquele sapato ficaria ótimo com o seu vestido novo, da mesma cor, que acabara de comprar. Mas não podia dizer isso, por que levaria bronca por ter comprado mais um vestido.
A verdade é que tinha uma queda por sapatos. Admirava as vitrines como as adolescentes admiram os famosos bonitões nas revistas teens. Se visse um modelo que chamasse a atenção, entrava e provava. Se ficasse bem no pé, comprava sem olhar o preço. Mas sempre levava bronca pelas compras. Na loja que comprou o último sapato, desabafou com a vendedora e descobriu que não era a única. “A maioria dos homens reclama mesmo quando as mulheres gastam. Mas não liga não, nós trabalhamos como condenadas, temos direito de gastar nosso dinheiro como quisermos”, disse a vendedora, tentando confortá-la. E continuou: “Foi-se o tempo em que as mulheres dependiam da ‘bondade’ dos esposos até para comprar absorvente.”
Concordou. Tinha sido mesmo um ano de muito trabalho. Em todos os sentidos. Mas agora que estava no final, merecia um presente para si mesma. Se dissesse isso ao marido ele ia falar que todos os meses ela se presenteava e nunca era o suficiente. Os homens nunca vão entender o fato das mulheres abrirem o armário socado de roupas e reclamarem que não há nada para vestir ou que não há nenhum sapato que combine com determinada roupa.
Já estava acostumada, quando questionada, usava sempre a mesma resposta irônica
“Afinal, somos nós, mulheres, que sustentamos o capitalismo, não é?.” Ouviu essa frase em uma palestra uma vez. Não que concordasse inteiramente com o palestrante, mas era uma boa saída para encerrar a discussão.
Pouco antes da meia noite, colocou o vestido, calçou os sapatos. Cabelos escovados, maquiagem feita. Estava pronta. Disseram (o espelho e as amigas) que estava ótima. Na hora da virada, as promessas para o novo ano: passar mais tempo com os filhos, parar de roer unhas e gastar menos em sapatos.
Ele foi enfático. Não era mais um sapato. Era mais um sapato rosa. Pensou em responder que aquele tinha ficado perfeito no seu pé, que nao tinha nenhum naquele modelo e que aquela cor não era rosa, era salmão. Mas não disse nada. Não adianta explicar isso aos homens. Eles não entendem a diferença entre rosa e salmão, imagina se vão saber diferençar scarpin, peep toe, chanel, mule... Pensou em dizer também que aquele sapato ficaria ótimo com o seu vestido novo, da mesma cor, que acabara de comprar. Mas não podia dizer isso, por que levaria bronca por ter comprado mais um vestido.
A verdade é que tinha uma queda por sapatos. Admirava as vitrines como as adolescentes admiram os famosos bonitões nas revistas teens. Se visse um modelo que chamasse a atenção, entrava e provava. Se ficasse bem no pé, comprava sem olhar o preço. Mas sempre levava bronca pelas compras. Na loja que comprou o último sapato, desabafou com a vendedora e descobriu que não era a única. “A maioria dos homens reclama mesmo quando as mulheres gastam. Mas não liga não, nós trabalhamos como condenadas, temos direito de gastar nosso dinheiro como quisermos”, disse a vendedora, tentando confortá-la. E continuou: “Foi-se o tempo em que as mulheres dependiam da ‘bondade’ dos esposos até para comprar absorvente.”
Concordou. Tinha sido mesmo um ano de muito trabalho. Em todos os sentidos. Mas agora que estava no final, merecia um presente para si mesma. Se dissesse isso ao marido ele ia falar que todos os meses ela se presenteava e nunca era o suficiente. Os homens nunca vão entender o fato das mulheres abrirem o armário socado de roupas e reclamarem que não há nada para vestir ou que não há nenhum sapato que combine com determinada roupa.
Já estava acostumada, quando questionada, usava sempre a mesma resposta irônica
“Afinal, somos nós, mulheres, que sustentamos o capitalismo, não é?.” Ouviu essa frase em uma palestra uma vez. Não que concordasse inteiramente com o palestrante, mas era uma boa saída para encerrar a discussão.
Pouco antes da meia noite, colocou o vestido, calçou os sapatos. Cabelos escovados, maquiagem feita. Estava pronta. Disseram (o espelho e as amigas) que estava ótima. Na hora da virada, as promessas para o novo ano: passar mais tempo com os filhos, parar de roer unhas e gastar menos em sapatos.
Muito bom, Parabens amiga. Beijos.
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