Estou angustiada. E isso me dá uma vontade enorme de… passar a noite escrevendo. Também de cortar a garganta, mas como não sou nem louca nem corajosa demais, sei que é mais prudente escrever. Sabe um daqueles dias em que temos uma crise suicida, um desejo incontrolável de nos enforcarmos num pé de cebolinha? Então...nunca pensei em morrer dessa forma.
Como sei que meus leitores são ocupados demais (com seus próprios dramas) e muito provavelmente não pulariam da ponte junto comigo, desisti de listar aqui todas causas da minha angústia. Até porque, o objetivo desse blog é rir e não chorar. Também porque muitos diriam que para uma mulher ficar angustiada basta três letrinhas: TPM (o que não é o meu caso, é claro...eu acho)
Mas, sem querer me tornar enfadonha, preciso dizer o que tem me atormentado as idéias nas últimas 24 horas: descobri que quando eu li Machado de Assis pela primeira vez (lá no Ensino Médio, que na época se chamava segundo grau), não entendi bulhufas do que ele quis dizer em Memórias Póstumas de Brás Cubas e o mais trágico disso é que não li pela segunda vez.
Descobri que não sei consertar o encanamento do banheiro de casa. Essa descoberta se deu de um jeito bem prático: liga-se a torneira no meio da noite e leva-se um banho indesejado. Água saindo por todos os buracos possíveis e com tanta força que parece que alguém desviou o curso das Cataratas do Iguaçu.
Depois disso, descobri que o computador que uso para trabalhar pega vírus quando estou de férias. O pior é que descobri indo lá trabalhar, mesmo estando de férias. Não há estresse maior que ir trabalhar e não conseguir acessar a Internet. Isso me fez chegar à seguinte conclusão: sou mesmo viciada em trabalho.
Descobri também que já passei da idade de fazer intercâmbio, de acordo com os critérios de um povo aí. Isso me fez chegar a outras conclusões trágicas: estou ficando velha e o único país estrangeiro que conheço é o Paraguai (mas esse nem conta). E, como uma coisa puxa outra, com a idade que tenho, estatisticamente, levando em conta a média de vida da minha família, já vivi metade do que tenho para viver e ainda não patinei no gelo, não visitei a Polônia (país onde meu avô nasceu) e nem fui ao show do U2 (mesmo eles vindo ao Brasil recentemente).
A lista das minhas últimas descobertas frustrantes seria gigantesca. Mas melhor não continuar, porque além de dramática, chata e cansativa, pode ser que eu seja chamada de fofoqueira por expor algumas pessoas que podem ter participado das minhas não-muito-agradáveis últimas horas.