Antigamente (não muito antigamente assim) era mais difícil detectar um defeitinho naquela pessoa aspirante a príncipe encantado: os erros de português. Conversávamos, e se o papo não desse liga, cortávamos logo no início. Mas se a conversa era interessante, alguns detalhes, como não saber a diferença entre mais e mas, acabavam passando despercebidos. Na fala ninguém fica prestando atenção se os Rs do final dos verbos estão sendo desprezados ou se estão falando treis, déis, ou gais. Isso tudo acaba sendo uma questão de sotaque e, nesse caso, variações linguísticas são perfeitamente aceitáveis.
O problema é que agora, em tempos de SMS, facebook, twitter... essa frustração aparece logo de cara. Não há como não perder o tesão por um cara que te manda DM te chamando de atraenti e diz que “c acabase antes ia te comvida p sai”. Isso sem falar no completo esquecimento ou desconhecimento dos sinais de pontuação e tantos outros erros ridículos. Não sei como é possível errar tanto em tão pouco espaço, mesmo com corretor ortográfico.
O problema é que agora, em tempos de SMS, facebook, twitter... essa frustração aparece logo de cara. Não há como não perder o tesão por um cara que te manda DM te chamando de atraenti e diz que “c acabase antes ia te comvida p sai”. Isso sem falar no completo esquecimento ou desconhecimento dos sinais de pontuação e tantos outros erros ridículos. Não sei como é possível errar tanto em tão pouco espaço, mesmo com corretor ortográfico.
Sei que o internetês está aí e conheço (mais ou menos) a língua usada no ciberespaço. Mas trocar e cortar letras de uma palavra por pura ignorância não faz parte dessa linguagem moderna da internet.
Não sei até que ponto estou sendo chata. Não quero dar uma de Ferreira Gullar que fica criticando os jornalistas que trocam "esse" por "este". Até relevo algumas coisas, afinal não somos dicionários ambulantes e como a língua está em constante evolução, sei que algumas formas “erradas” vão acabar sendo aceitas. Porém, algo em mim exige que a pessoa com quem eu tenha pretensões de me relacionar (mesmo que seja a curto prazo) tenha o mínimo de conhecimento da língua que não permita que ela saia por aí escrevendo uma porção de besteiras. É aquela famosa dor nos olhos que algumas pessoas sentem quando certas palavras aparecem escritas completamente fora do padrão. E minha formação felizmente (ou infelizmente) me deixa entre essas pessoas.
Não adianta ser bonitinho, ter um sorriso meio Tom Cruise e te mostrar foto dirigindo uma Frontier, se na hora de te mandar SMS, diz que quer te “conheser melhor”.
Ps. Plagiei o termo “desilusão ortográfico-amorosa” de uma amiga que usou essa expressão recentemente no facebook. Depois fui procurar no google e descobri que tem muita gente sofrendo desse mal.